Artigo: Sínodo dos bispos sobre os jovens

De 3 a 28 de outubro último foi realizado no Vaticano o Sínodo dos Bispos, que foi dedicado aos jovens. Participaram da Assembleia sinodal, nas três semanas de debates, 267 Padres Sinodais, 23 especialistas e 34 auditores jovens de 18 a 29 anos, cuja voz representou os jovens dos diversos continentes do mundo. Aqui, em nosso país, a realização do Sínodo foi ofuscada, de alguma forma, em função do primeiro e do segundo turnos de nossas eleições.

O tema do Sínodo foi “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O documento preparatório do Sínodo explica assim a escolha do tema: “A Igreja decidiu perguntar-se sobre como acompanhar os jovens para reconhecer e acolher o chamado ao amor e à vida em plenitude, e também para pedir aos próprios jovens para ajudá-la a identificar as modalidades hoje mais eficazes para anunciar a Boa-Nova”.

A realização de um Sínodo sobre os jovens foi mais uma feliz manifestação de que o Papa Francisco traz os jovens no coração e não se cansa de convidá-los a integrar sempre mais essa Igreja em saída, que não poupa esforços para alcançar as pessoas e os jovens que estão afastadas da fé e da Igreja. O caminho de preparação para esse Sínodo envolveu o recolhimento de dados por meio de questionários que foram enviados a todas as dioceses do mundo. Assim, utilizando a internet, jovens católicos e não católicos puderam participar dessa atividade preparatória do Sínodo. Tempo de escuta dos jovens e de sentir sua sensibilidade, sua fé, e até mesmo perceber suas críticas e dúvidas. A partir das respostas dos dois questionários, foi elaborado um Instrumento de Trabalho para reforçar o caminho sinodal, evidenciando a consciência de que o Sínodo não se reduz ao Documento Final conclusivo ou aos dias de sua realização.

Segundo o Cardeal Dom Sérgio da Rocha, Relator geral do Sínodo, “o Instrumento de Trabalho é a síntese das milhares de páginas de testemunhos, reflexões e demandas que provieram de todo o mundo”. Nos dias do Sínodo, 3 a 28 de outubro, os trabalhos foram divididos em três fases, correspondentes às partes do Documento de Trabalho: Reconhecer (a Igreja em escuta da realidade); Interpretar (fé e discernimento vocacional); e Escolher (caminhos de conversão pastoral e missionária). Pontos altos dos dias do Sínodo foram as celebrações eucarísticas, as procissões, os testemunhos dos jovens, incluindo jovens refugiados, e a canonização, no dia 14 de outubro, de Luis Nuncio Fabrizio, um jovem sapateiro italiano, que viveu apenas 19 anos, mas que ficou conhecido como um exemplo para os mais novos, pela sua fé inabalável e a sua força de vontade no meio das adversidades.

O Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre os jovens está dividido em três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos. O documento foi entregue nas mãos do Papa Francisco, que autorizou a sua publicação. O fio condutor do Documento Final é o Episódio dos discípulos de Emaús, narrado por São Lucas. As três partes desse Documento Final contemplam o método ver (caminhavam com eles), julgar (seus olhos se abriram) e agir (partiram sem demora). A expectativa agora é que esse Documento Final sirva de base para uma futura exortação apostólica do Papa Francisco.

 

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

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