De 3 a 28 de outubro de 2018 será realizada 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, expressando a preocupação pastoral da Igreja com os jovens e as famílias.
Com a escolha da juventude como tema central, o Papa Francisco pretende acompanhar a juventude, para que, através de um processo de discernimento bem orientado, os jovens possam descobrir o seu projeto de vida e realizá-lo com alegria, abrindo-se ao encontro com Deus e com os homens, e participando ativamente na edificação da Igreja e da sociedade.
No último domingo, 19, o papa Francisco anunciou a nomeação do Arcebispo de Brasília, cardeal Sergio da Rocha como relator do Sínodo dos Jovens.
Em entrevista para o site da Arquidiocese, dom Sergio explica o seu papel no Sínodo e as expectativas para a Assembleia:
Site: Qual seria o papel do Relator no Sínodo?
Dom Sergio: A função é de “relator geral” do Sínodo. O relator prepara um longo relatório para ser apresentado no início da Assembleia Sinodal, recolhendo as contribuições enviadas na fase preparatória, que está acontecendo em toda a Igreja. No final do Sínodo, o relator geral apresenta o relatório final para ser aprovado pelos participantes da Assembleia Sinodal. O relator conta com a colaboração do “secretário especial”. O Papa Francisco nomeou dois secretários especiais, um padre salesiano e outro é jesuíta. Por isso, contarei com a ajuda valiosa dos dois secretários especiais, além dos responsáveis pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos. Durante as três semanas do Sínodo, em outubro do próximo ano, o relator geral deve acompanhar o andamento dos trabalhos, especialmente os textos que vão sendo elaborados, recolhendo as contribuições dos participantes na Assembleia Sinodal. É o Papa quem preside o Sínodo e dá a aprovação ao texto final. A função de relator é muito exigente, pois exige escutar a todos e acolher o máximo possível as suas contribuições.
Site: Quais são as expectativas para o Sínodo?
Dom Sergio: Esperamos muito que o Sínodo nos ajude a valorizar ainda mais a presença da juventude na Igreja, a promover o discernimento vocacional, hoje ainda mais necessário para se fazer a opção de vida, e a incentivar os jovens a evangelizarem os próprios jovens. O Sínodo é sempre dos Bispos, conforme o próprio nome, mas a Igreja quer envolver, ao máximo, os jovens. Para isso, o Papa Francisco, com a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, tem favorecido a escuta da juventude, nesta fase preparatória, através de diversas iniciativas, dentre elas, o questionário que tem sido respondido por jovens do mundo inteiro e a Reunião Pré-Sinodal, que vai acontecer, em Roma, no mês de março de 2018. A participação da Igreja inteira, por meio da oração, é muito necessária já nesta fase de preparação para a Assembleia Sinodal.
Entenda o que é Sínodo
A palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.
A metodologia é baseada na colegialidade, um conceito que caracteriza cada fase do processo sinodal, desde a preparação até as conclusões das Assembleias. Os trabalhos alternam análises e sínteses, com uma dinâmica que permite a verificação dos resultados e o exame de novas propostas. “Cada fase desse processo se desenvolve em um clima de comunhão colegial”, informa a Santa Sé em seu site oficial.
Quem escolhe o tema do Sínodo é o Papa, após um estudo elaborado pelo Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, que avalia as sugestões recebidas. Com o tema definido, prepara-se o documento que apresenta as linhas principais do tema do Sínodo e, após a aprovação do Papa, é enviado ao episcopado. Após um estudo, os bispos enviam uma relação sobre esse documento para a Secretaria Geral. Só então é redigido o “Instrumentum laboris”, documento que é ponto de referência durante a Assembleia sinodal.
As Assembleias podem ser ordinárias ou extraordinárias. As primeiras são realizadas a cada quatro anos e, as segundas, o Papa convoca a qualquer tempo. Há também as Assembleias Especiais, realizadas nos continentes.
Após o Sínodo o Papa emite um documento chamado Exortação Apostólica, no qual resume e aprova as principais conclusões dos bispos durante as reuniões.
Acompanhe em breve outras informações!
Por Kamila Aleixo