Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Aproxima-se o dia 1º de setembro, quarta-feira, quando se celebra o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, instituído pelo Papa Francisco em agosto de 2015.

O Papa recomendou que todos os anos a Igreja vivencie, de 1º de setembro a 4 de outubro, um período de reflexão e preces em prol do meio ambiente.
As ações e orações seguem a mensagem do Papa Francisco para o período. Diz o Papa:

 “Durante este período, os cristãos renovam em todo o mundo a fé em Deus criador e unem-se de maneira especial na oração e na ação pela preservação da casa comum”.

Missão Paz ao Afeganistão

A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN), prepararam um vídeo especial para a Jornada de Oração e Missão dedicada à Paz no Afeganistão, que será realizada também no dia 1º de setembro.

A iniciativa atende ao pedido do Papa Francisco e do padre barnabita Giovanni Scalese, à frente da Missio sui iuris, presença católica no país asiático, e que exorta toda a Igreja à proximidade através da invocação ao Senhor para salvar o Afeganistão da dor da guerra: “Rezem, rezem, rezem pelo Afeganistão”.

O Talibã deu início a tomada das cidades afegãs no dia 15 de agosto. A primeira cidade a ser controlada foi a de Jalalabad, no leste do Afeganistão. No entanto, o grupo islâmico vem reconquistando territórios no Afeganistão desde maio, quando os Estados Unidos começaram o processo de retirada dos militares norte-americanos da região.

A Jornada de Oração e Missão faz parte de uma série, que coloca o valor da oração como “agir missionário” e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do dia para rezar pelo país. Faça parte desta corrente de oração e nas redes sociais utilize a hashtag #rezepeloafeganistao.

Vocação e missão do catequista

Com a instituição do Ministério laical de catequista pelo Papa Francisco, a CNBB ofereceu gratuitamente o curso: “Vocação e Missão do Catequista: por que um ministério?”. A formação on-line aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de agosto,  com transmissão pelas redes sociais.

O material das aulas foi todo baseado na Carta Apostólica Antiquum Ministerium, por meio da qual o Papa Francisco instituiu o Ministério de Catequista. O objetivo do curso foi o de aprofundar o entendimento acerca da instituição do ministério instituído, bem como contribuir para a vocação do catequista e a iluminação bíblica dos(as) participantes.

Puderam realizar a formação catequistas, líderes comunitários, animadores e animadoras de diferentes pastorais e movimentos. É um curso voltado para os catequistas, de modo geral, mas  foi aberto para os demais interessados. “Pois a catequese não deve interessar somente aos catequistas, mas toda a comunidade eclesial missionária deve interessar-se pela catequese”, salientou o padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

O curso contou com 13 mil inscritos de todo o Brasil.

Nelson Arns falou do legado de sua mãe

Uma mulher de coragem! Doutora Zilda viveu para defender e promover as crianças, gestantes e idosos, construir uma sociedade mais justa, fraterna, com menos doenças e sofrimento humano.

Em seu trabalho, sempre aliou o conhecimento científico ao conhecimento e à cultura popular; valorizou o papel da mulher pobre na transformação social; mobilizou a todos, pobres e ricos, analfabetos e doutores, na busca da Vida Plena para todos. Ela costumava dizer: “Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores”.

No dia 25 de agosto recordou-se o nascimento da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, que morreu vítima do terremoto ocorrido na cidade de Porto Príncipe, Haiti, no dia 12 de janeiro de 2010. A ela, carinho e eterna gratidão.

Neste mesmo dia discursou sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e preventivas. Fez o que sempre falou: congregar mais pessoas para se unirem na busca de “vida em abundância” para crianças e gestantes pobres. Deixou sua marca na história do Brasil ao fundar e coordenar a Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa.

O Movimento Familiar Cristão (MFC) foi o primeiro movimento eclesial que atua com famílias a partilhar sua história e missão na série de lives “Carismas a serviço das famílias”, promovida pela Pastoral Familiar .

Conduzida pelo assessor eclesiástico do Setor Casos Especiais da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), padre Fernando Rodrigues Francisco, a live terá a participação do casal Rubens Carvalho e Rosana Neves, da Coordenação Nacional do MFC Brasil.

A série de lives está inserida dentro do contextos das celebrações do Ano Família Amoris Laetitia (lê-se: letícia), e busca fortalecer a ‘pastoral de conjunto’.

Durante as transmissões ao vivo, serão partilhadas experiências de famílias que fazem parte dos movimentos eclesiais. Os representantes vão falar como a iniciativa pode ajudar na evangelização de mais famílias e como fazer parte deles. Também será oportunidade de refletir como tem sido a integração com a Pastoral Familiar.

As lives serão realizadas semanalmente até novembro, com um intervalo durante a Semana Nacional da Vida, de 1º a 8 de outubro.

  • 25/08 – Movimento Familiar Cristão (MFC)
  • 08/09 – Encontro de Casais com Cristo (ECC)
  • 15/09 – Movimento dos Focolares
  • 22/09 – Equipes de Nossa Senhora (ENS)
  • 29/09 – Renovação Carismática Católica (RCC)
  • 13/10 – Aliança de Casais com Cristo (ACC)
  • 20/10 – Movimento de Cursilho de Cristandade (MCC Brasil)
  • 27/10 – Caminho Neocatecumenal

A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Brasília realizará formação para novos agentes nos dias 9 e 10 de outubro na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, L2 sul.

O objetivo da formação é capacitar novos agentes para assistência religiosa aos presos ou adolescentes em regime de internação.

“Nossa missão é levar uma mensagem de esperança, de amor  e de caridade  aos que estão privados de sua própria liberdade”, fala Matheus – agente da Pastoral  Carcerária.

Vem aí o mês da Bíblia celebrado há 50 anos

Fr. Gilvander Moreira , carmelita, fala do mês e do tema do mês da Bíblia

Vem aí o mês da Bíblia: setembro. Por que e para quê? Porque dia 30 de setembro é dia de Jerônimo (342-420), o tradutor da Bíblia para o latim, a Vulgata. Um dos pilares da patrística, Jerônimo colocou a Bíblia na linguagem do povo, o latim. E também porque, com a Opção pelos Pobres e a Dei Verbum, um dos ótimos Documentos do Concílio Vaticano II, a leitura da Bíblia a partir dos pobres, de forma comunitária, militante, (macro)ecumênica e transformadora, foi incentivada e vem sendo feita há cinquenta anos. Inicialmente com Dia da Bíblia e sucessivamente, Tríduo Bíblico, Semana Bíblica e, assim, pouco a pouco, setembro se tornou o Mês da Bíblia.

Mês bíblico em 2021

Em 2021, a Carta do apóstolo Paulo aos Gálatas foi o livro bíblico escolhido para iluminar nossa caminhada no mês da Bíblia.

“Não esqueçam os pobres!” (Gl 2,10) e “sejam livres!” (Gl 5,13), eis duas colunas mestras imprescindíveis na Carta do apóstolo Paulo aos cristãos e cristãs da região da Galácia: Gálatas. A utopia é construir uma sociedade de pessoas livres e libertadas e a condição é cuidar bem dos pobres e defendê-los de toda e qualquer relação social que cause empobrecimento.

Assim como Jesus não nasceu Cristo, mas tornou-se Cristo, o apóstolo Paulo não nasceu discípulo de Jesus Cristo e do seu Evangelho. Aliás, Paulo nasceu Saulo, se tornou perseguidor de cristãos antes de se converter ao Evangelho de Jesus Cristo e se tornar um dos melhores e maiores apóstolos no meio das primeiras comunidades cristãs. Após estudar muito e se tornar um intelectual orgânico na convivência com o povo escravizado, fora da Palestina, Paulo passou por um profundo processo de adesão ao Evangelho de Jesus Cristo, que durou muito tempo, enfrentou ‘noites escuras’ e desertos – “foi para a Arábia” (Gl 1,17) -, muita incompreensão, perseguição e, por fim, foi martirizado – segundo a Tradição da Igreja -, identificando-se radicalmente com Jesus Cristo – “não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim” (Gl 2,20) -, condenado à pena de morte pelos podres poderes da religião institucional, da política imperial e de um modelo econômico escravocrata. Ao longo da vida, Paulo se transfigura de judeu perseguidor contumaz das comunidades cristãs a apaixonado missionário de Jesus Cristo e do seu Evangelho. Paulo se descobriu chamado por Deus, “nosso Pai”, desde o ventre materno (Gl 1,15), assim como o profeta Jeremias e outros profetas e profetisas. Ele descobriu a vocação de ser ‘apóstolos dos gentios’, considerados pagãos (Gl 1,16). Paulo aprendeu a amar radicalmente as pessoas das comunidades fundadas ou animadas por ele como a mãe que, por amor, enfrenta as dores de parto, pois sabe que gerará um/a filho/a muito amado/a: “Meus filhos, sofro novamente como dores de parto, até que Cristo esteja formado em vocês” (Gl 4,19).

Estrutura e endereço da Carta aos Gálatas

Inserida no Segundo Testamento após a Carta aos Romanos, a 1ª e 2ª Carta aos Coríntios, a Carta aos Gálatas, com seis capítulos, não é menos importante e nem menos eloquente que nenhuma outra carta paulina. Endereçada não apenas a uma comunidade, mas a várias, Gálatas foi escrita por um Paulo profundamente indignado e irado diante das calúnias e ataques que “intrusos, falsos irmãos” (Gl 2,4) lhe desferiam pelas costas no meio das comunidades da região da Galácia, alegando que ele não era Apóstolo, que inclusive os não-judeus deveriam se circuncidar e cumprir a Lei judaica, como condição para participar das comunidades cristãs. Essas acusações e questionamentos ao seu Evangelho anunciado não afetavam apenas Paulo, mas caso não fossem desmascarados, podiam implodir as comunidades cristãs que se inspiravam no ensinamento e testemunho de Paulo.

Em contexto de diversas tendências na evangelização, que vinham desde a briga entre Paulo e Pedro em Antioquia (Gl 2,14) por causa do conflito com “falsos irmãos” (Gl 2,4), Gálatas é Carta de resistência e de luta contra os ataques que afetavam as bases da vida em comunidade e da luta pela superação de relações sociais escravocratas e busca conquistar condições objetivas que viabilizem a construção de relações sociais de liberdade, de equidade e de respeito à dignidade da pessoa humana.

Apelo da Carta aos Gálatas

A Carta aos Gálatas nos convida à superação de uma vida cristã fundamentalista – ritualista, espiritualista, moralista, religião do consolo e da autoajuda – e conclama-nos ao compromisso radical com o Evangelho de Jesus e a causa de todos/as escravizados/as da história, o que exige abraçarmos pelo nosso modo de vida um estilo simples e austero, opção de classe e batalhar ao lado dos/as empobrecidos/as na luta pela conquista de seus direitos: terra, teto, trabalho com salário justo, meio ambiental sustentável e superação de todos os preconceitos e discriminações.

Paulo reivindica sua condição de apóstolo na controvérsia com os “falsos irmãos”, ao travar um debate “intracristão”. Em Gálatas, Paulo não está defendendo o Evangelho de Jesus Cristo diante de judeus, seguidores do judaísmo, mas está indignado com “falsos irmãos” que se dizem também seguidores de Jesus Cristo. Paulo se sentia Apóstolo autorizado diretamente por Jesus Cristo e por Deus, que ele compreendia como “nosso Pai” (Gl 1,3) e como quem ressuscitou Jesus Cristo (Gl 1,1), que é o “Senhor” de nossas vidas. Afirmar Jesus Cristo como Senhor (Kyrios, em grego) é algo tremendamente subversivo e revolucionário, pois “Senhor’ no Império Romano era o imperador divinizado. Sustentar que ‘senhor de nossas vidas’ é Jesus Cristo, aquele fora da lei, transgressor e subversivo condenado à morte pela pena mais execrável, a crucifixão, era ‘cutucar com vara curta’ o divinizado imperador romano e assumir o risco de sofrer a mesma condenação do galileu Jesus.

Paulo é elo vivo de um movimento comunitário de resistência: “eu e todos os irmãos que estão comigo” (Gl 1,2) são os autores da Carta aos Gálatas. Segundo Paulo, Jesus não quis nos tirar do mundo, mas “do mundo mau” (Gl 1,4), ou seja, de um mundo com relações sociais escravocratas e alienadoras. Paulo abomina a ideia de “vários evangelhos” (Gl 1,6-7), como se fosse possível moldar o Evangelho de Jesus Cristo segundo interesses de classe e domesticá-lo para justificar posturas hipócritas e cúmplices de relações sociais de opressão.

As comunidades cristãs não podem se reduzir a um grande guarda-chuva que abriga “gregos e troianos”, opressores e oprimidos, cada um/a com o tipo de religiosidade que lhe agrada. Esse relativismo é fulminado pelo apóstolo Paulo. De forma enfática, ele afirma: ‘Não existe outro Evangelho” (Gl 1,7), além do de Jesus Cristo, revelado a ele nas entranhas das relações humanas conflituosas (Gl 1,12). “Maldito quem anunciar a vocês um evangelho diferente do que anunciamos” (Gl 1,8-9). Paulo faz perguntas inquietantes: “Busco aprovação dos homens ou de Deus? Procuro agradar aos homens?” (Gl 1,10). É claro que aqui Paulo não se refere a todo e qualquer homem, toda e qualquer pessoa humana, mas certamente não busca a aprovação dos homens de poder, dos que sustentam e reproduzem relações sociais escravocratas. Paulo também não aceita adocicar o Evangelho de Jesus Cristo para “agradar aos homens”, seja os que estão no poder, seja o povão alienado e escravizado. Levemos a sério a exortação do apóstolo Paulo aos Gálatas: “Não esqueçam os pobres!” (Gl 2,10) e “sejam livres!” (Gl 5,13).

11

Live sobre a Carta aos Gálatas

Dia 30 de agosto, segunda-feira, às 20h, com a Doutora em exegese bíblica, a Irmã paulina Zuleica Silvano, e convidados.

……