Museu Nacional: Descaso com patrimônio público e falta de políticas preventivas

O incêndio de grandes proporções que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro, traz à tona a realidade da conservação e preservação do patrimônio histórico e cultural do Brasil. A falta de investimento do poder público em manutenção e conservação desses espaços só multiplicou o risco da destruição da história do país que já havia sendo denunciada há tempos.

Dom Roberto Ferrería Paz. Foto: Matheus de Souza/CNBB

“Como bispo pertencente a Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos sentimos profundamente atingidos pois é destruída parte de nossa memória, inclusive eclesiástica, prejudicando seriamente a pesquisa antropológica e a própria identidade nacional”, destaca o bispo de Campos (RJ) e membro da Comissão, dom Roberto Ferrería Paz.

A instituição que havia completado 200 anos em junho deste ano, guardava um acervo de 20 milhões de itens. Entre eles, o fóssil humano mais antigo já encontrado no país, batizada de “Luzia”. Além de múmias, registros históricos e obras de arte que viraram cinzas.

Dom Roberto Ferrería Paz ressalta ainda que: “esta verdadeira tragédia fala do descaso do patrimônio público e da falta de políticas preventivas dos bens culturais, patrimônio da humanidade inteira de valores inestimáveis”.

Fachada do Museu Nacional no Rio de Janeiro.
Foto: Reprodução/ Roberto da Silva/Museu Nacional

O Museu Nacional criado por D. João VI em 1818 e já foi residência de um rei e dois imperadores. Desde 1946, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. A instituição que tem um perfil acadêmico e científico sofria com falta de reformas e enfrentava problemas de orçamento.

Para Dom Roberto, neste ano eleitoral é necessário não esquecer esta agenda cultural na escolha de candidatos que zelem pelo bem comum e protejam o que pertence ao nosso povo.

“Este incidente revela a necessidade de projetos culturais abrangentes que não só preservem o legado e memorial, mas sensibilizem a população e promovam uma educação de valorização e reflexão sobre a missão de defender o patrimônio histórico e cultural como um direito intergeracional para o crescimento de todas as pessoas”.

Como o Museu Nacional é uma instituição Federal, a Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que vai apurar se o incêndio foi criminoso ou não.

 

Por CNBB

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