II Domingo do Advento – 09/12/2018

Preparai o Caminho do Senhor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

A Liturgia da Palavra põe em relevo a figura de João Batista, o profeta que vem preparar o povo para acolher o Messias. A sua mensagem expressa um dos aspectos mais importantes do tempo do Advento, que é a conversão, simbolizada pela cor litúrgica roxa deste período do ano litúrgico. A “conversão” pregada por João Batista está marcada pela urgência, pois não pode ser deixada para depois, assim como, pela transformação radical do modo de viver. “Preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas” (Lc 3,4), afirma o profeta. O motivo disso é que o Senhor está para chegar e a conversão é o modo de preparar-se para ir ao seu encontro. Ele vem para todos, conforme a conclusão do texto proclamado, afirmando que “todas as pessoas verão a salvação de Deus” (Lc 3,6), mas é preciso endireitar o caminho a seguir. Diante da pregação de João Batista, é importante refletir sobre o caminho que temos percorrido e procurar dar passos concretos de conversão rumo ao Natal do Senhor.

O profeta Baruc anuncia um tempo de vida nova para o povo sofrido no Exílio. Ao invés do luto e da aflição, haverá alegria, paz e luz, pois Deus mesmo guiará o seu povo de volta à sua terra, “manifestando a misericórdia e a justiça” (Br 5,9). Ao meditar esta preciosa passagem do livro de Baruc, vivenciamos outro aspecto essencial do Advento: a alegria que deve acompanhar a espera do Senhor que vem. A conversão não pode ser confundida com a tristeza ou o desalento. Ao contrário, a vinda do Senhor é, acima de tudo, motivo de consolação, ânimo, esperança e vida nova, para quem o acolhe.

A preparação para o Advento, por meio da conversão, não se reduz ao nível pessoal. A comunidade também é chamada a estar preparada, conforme a Carta aos Filipenses. Nela, São Paulo intercede em favor da comunidade, exortando-a a crescer sempre mais no amor: “que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é melhor” (Fl 1,9-10). Ao afirmar isso, São Paulo nos oferece um valioso critério para o discernimento de nossas ações, que é o amor. Sem crescer no amor, não se consegue “discernir o que é melhor”, nas decisões a serem tomadas no dia a dia. O Advento deve ser um tempo especial de exercício do amor cristão, através do perdão e da reconciliação, da justiça e da paz.

O olhar esperançoso para frente, próprio do Advento, se completa com um olhar para o passado e o presente. Somos chamados a reconhecer os sinais do amor misericordioso de Deus, rezando o Salmo 125: “Maravilhas fez conosco o Senhor: exultemos de alegria!”.

Contact Us

We're not around right now. But you can send us an email and we'll get back to you, asap.

Not readable? Change text.

Start typing and press Enter to search