Fundamental sabedoria das mulheres, diz Dom Scicluna no briefing

Os testemunhos das mulheres “comoveram o Santo Padre” e a todos nós: eles “trazem a sabedoria de que temos necessidade”. No briefing dedicado ao terceiro dia do Encontro sobre “A proteção dos menores na Igreja”, Dom Charles J. Scicluna, arcebispo de Malta, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé e membro da comissão organizadora, fala do “gênio feminino” e de como ele caracterizou as últimas 24 horas de trabalho na Sala do Sínodo:  foram ouvidas palavras capazes de mudar o coração e colocar foco na “necessidade de transparência, de um movimento definitivo em direção a uma cultura da divulgação”.

Vencer a cultura do silêncio

Entre os palestrantes presentes no Instituto Patrístico Augustinianum, também a religiosa africana Irmã Veronica Openibo, superiora geral da Sociedade do Santo Menino Jesus, que fala de “vergonha” pelo que aconteceu e de como é importante para superar a cultura do silêncio, mesmo nas diferenças culturais.

Na África, por exemplo, enfatiza ela, em relação à Europa ou à América, fala-se menos livremente sobre determinados temas, mas também lá, pouco a pouco, se está “saindo” ao descoberto, se encontrando a coragem e a força para denunciar.

Precisamente em relação à questão de levar luz aos casos de abusos, em várias ocasiões ela indicou a necessidade urgente de regras claras, um guia que possa dar respostas concretas sobre como agir, a quem dirigir-se.

Padre Federico Lombardi, presidente da Fundação vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI, e moderador do encontro, fala de um “guichê de denúncias”,  bem como de um “ponto de escuta”, que deveria existir em cada Conferência Episcopal: orientações práticas que estão emergindo para dar substância à responsabilidade, para explicar o que acontece, para a transparência.

Que responsabilidades sejam esclarecidas

No contexto de uma  real “responsabilidade compartilhada”, o cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising, presidente da Conferência Episcopal Alemã e o coordenador Conselho para a Economia, reafirma a vontade comum dos presentes no Encontro de “aceitar a mudança” , de comprometer-se para que  as “palavras se traduzam em ações”, embora reconhecendo que o encontro no Vaticano é um “passo” para um objetivo ainda distante.

Precisamos “apoiar-nos uns aos outros”,  insiste, e “não só em fazer apelos, mas no verificar, no levar em frente um certo monitoramento” do que está sendo feito para implementar as “diretrizes”,  para “certificar” as dioceses.

Peçamos perdão pelos erros cometidos

O geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa Abascal, pediu “perdão” por erros, deixando claro que é preciso “reconhecer e dizer a verdade sobre os abusos.” “Nos esforçaremos para fazer tudo o que for possível”, prossegue, “para dar uma resposta a este chamado do Papa Francisco”, de modo que a “Igreja possa avançar com credibilidade, unida, coerente, tentando curar os males cometidos e prestando atenção e ouvindo ainda mais esses gritos de ajuda “.

Dioceses gêmeas

É Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério para a comunicação, a ilustrar os conceitos-chave que emergiram nos grupos linguísticos. Entre os temas abordados: a “difusão da pornografia”, “flagelo de nossas sociedades, que influencia o amadurecimento sexual e afetivo” de muitos jovens; o matrimônio, que não pode ser “o antídoto para a concupiscência”;  o “cuidado pastoral também das famílias dos abusados”, “famílias devastadas”.

Também se hipotizou uma “geminação entre dioceses”, para acompanhar os países que ainda não “começaram a seguir protocolos para a proteção de menores”.

 

Por Vatican News
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