Audiência: os mandamentos levam o homem a abrir o coração a Deus

Não cobiçar o cônjuge do próximo e as coisas alheias: a catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 21, foi dedicada ao último mandamento.

Diante de cerca de 15 mil fiéis na Praça S. Pedro, o Pontífice explicou que aparentemente estas palavras não acrescentam um novo conteúdo, podendo ser exaurido nos mandamentos sobre o adultério e sobre o furto.

Mas todos os mandamentos têm como finalidade assinalar a fronteira da vida, isto é, o limite para além do qual o homem destrói a si mesmo e ao próximo, arruinando a sua relação com Deus.

O coração do homem

O décimo mandamento evidencia o fato de que todas as transgressões nascem de uma raiz interior comum: os desejos malévolos que saem do coração do homem.

“Todos os pecados nascem de um desejo malévolo e acabam numa transgressão não formal, mas que fere a si mesmo e aos outros”, disse o Papa, que repetiu duas vezes a “bela lista” que o Senhor faz descrita no Evangelho de Marcos: impuridades, furtos, homicídios, adultérios, cobiças, maldades, enganos, devassidão, inveja, calúnia, arrogância e insensatez.

Por isso, o percurso feito através do Decálogo não teria alguma utilidade se não chegasse a tocar este nível, o coração do homem. O ponto de chegada desta viagem é o coração e, se este não for libertado, o resto vale pouco. Este é o desafio, apontou o Papa: “Libertar o coração de todas essas coisas malévolas”.

Estes mandamentos sobre os desejos mostram a nossa pobreza e nos conduzem a uma santa humilhação, disse Francisco, convidando os fiéis a se questionarem sobre qual desejo malévolo sentem com mais frequência.

Abrir-se à relação com Deus

O Papa recordou que é em vão o homem pensar que pode se libertar sozinho, somente com um esforço titânico da própria vontade. Ele necessita do dom do Espírito Santo, abrir-se à relação com Deus, na verdade e na liberdade: somente assim as fadigas podem produzir fruto, “porque tem o Espírito Santo que nos leva avante”.

O homem não pode se iludir de que uma obediência literal ao Decálogo o levará à salvação. A função dos mandamentos é levar o homem à sua verdade, isto é, à sua pobreza, que se torna abertura autêntica e pessoal à misericórdia de Deus, que nos transforma e nos renova. “Deus é o único capaz de renovar o nosso coração, com a condição de que abramos o coração a Ele.”

Somos mendicantes

As últimas palavras do Decálogo nos educam a nos reconhecermos mendicantes.

“Deixemo-nos ajudar, somos mendicantes. Peçamos esta graça”, acrescentou Francisco, que concluiu:

“«Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus» (Mt 5,3). Sim, bem-aventurados os que deixam de se iludir acreditando que podem se salvar da própria fraqueza sem a misericórdia de Deus, que é a única que pode curar o coração.”

 

Por Vatican News

Contact Us

We're not around right now. But you can send us an email and we'll get back to you, asap.

Not readable? Change text.

Start typing and press Enter to search